"Pela minha janela, olhando o poente.
Risonha paisagem tanta vez diviso:
Verduras, casais, tecto rubro ardente,
Que à luz da manhã contam comoum ciso.
Mas a chuva cai forte e nevoenta,
Cortina cerrada, alastra, irradia,
Invade o horizonte, envolvendo, lenta,
A linda paisagem que há pouco sorria.
Quanta vez também dentro do meu peito
Um véu de tristeza pesado e sombrio,
Se espalha e do tédio o pranto desfeito
Apaga a paisagem da minha alegria..."
Rodrigo Solano, Fumo, ed. act., Penafiel: Câmara Municipal de Penafiel, 2010, p. 228
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