domingo, 8 de março de 2015

In der Ferne...




"Acorda. À distância, acorda! Mãos
Me faltam pra acordar-te. Se os astros
Puderem, vá, desperta, alabastros
Te acendam esta noite, os ciclos vãos!
Se os meus brandões são luzes de presença,
Que pesadelos clamem, pedras choquem,
Clarões de guerra estalem, sinos toquem,
Que estou em crer que já não te pertença...
Mas, crê-me, paz te sonho, é só egoísmo,
Vontade de sentires que te falto.
Desculpa, eu sei, é tarde, e sobressalto
Nenhum te quero, só um brando sismo. 
Nem isso. Dorme. Esquece o meu alarme.
Converte-o no que é: um sonho, um carme..."

                                                                    
Daniel Jonas, Lisboa: Assírio & Alvim, 2014, p. 22


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