Pisar, sempre contente, o mesmo trilho,
Ver descer sobre o ninho aconchegado
A bênção do Senhor em cada filho.
Um vestido de chita bem lavado,
Cheirando a alfazema e a tomilho…
Com o luar matar a sede ao gado,
Dar às pombas o sol num grão de milho…
Ser pura como a água da cisterna,
Ter confiança numa vida eterna
Quando descer à “terra da verdade”…
Meu Deus, dai-me esta calma, esta pobreza!
Dou por elas meu trono de Princesa,
E todos os meus Reinos de Ansiedade."
Florbela Espanca, Sonetos, Madrid: SAEPA, 1997, p. 95
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