"Era estranho que a anã estivesse já há uns dias mais contente, com vontade de adiantar as coisas, deixar tudo limpo e mesmo antecipando precisar disto ou daquilo. Punha tudo a jeito e não perdia tempo. Se alguém a visitasse, ela dava-lhe conversa sem s sentar. Cirandava pela cozinha a levar e a trazer, e havia uma alegria qualquer que ninguém esperava ou aceitava como normal. Por causa disso, a vizinhança ficou curiosa, como se por direito tivessem de entender o que se passava, e o mulherio começou a visitar a anã com uma frequência irritante. A anã, importada com adiantar trabalho, não deixaa de se impacientar, embora não impedisse ninguém de entrar e nunca respondesse errado quando otra vez a tratavam por coitadinha, para que ela fosse uma coitadinha e nada mais do que isso."
valter hugo mãe, O filho de mil homens,
Editora Objectiva: Carnaxide, 2011, p. 35
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