sexta-feira, 5 de março de 2010

Ich bin allein...


"Ich bin allein, ich stell die Aschenblume
ins Glas voll reifer Schwärze. Schwestermund,
du sprichst ein Wort, das fortlebt vor den Fenstern,
und lautlos klettert, was ich träumt, an mir empor.

Ich steh im Flor der abgeblühten Stunde
und spar ein Harz für einen späten Vogel:
er trägt die Flocke Schnee auf lebensroter Feder;
das Könrchen Eis im Schnabel, kommt er durch den Sommer."

Paul Celan, Sete rosas mais tarde, Lisboa: Cotovia, 2006, s. 20



(não tenho medo
mas os dias sucedem-se negros
e as lágrimas secam as noites
às vezes
o frio invade-me o sono
toca-me levemente o sangue
e grito a tua surda ausência
mas não
não tenho medo
senão deste ar que respiro
desta luz que me queima
e me rasga a pele clara
do teu toque
mas não
não tenho medo)

Sem comentários: