“Triste,
triste é outra coisa. É quando passam alguns navios enormes, com joalharias de
coral e mastros de ébano, com grandes bandeiras desfraldadas brancas e
vermelhas, cheios de tesouros, que nem sequer se aproximam do porto quer por
todos os géneros que levam serem proibidos, quer por o porto não ter bastante
profundidade para os acolher. E seguem o seu caminho. Vão de vento em popa
sobre as suas velas de seda, o sol fulgura na sua figura de proa em ouro, e
afastam-se traquila e majestosamente, afastam-se para sempre de nós e do nosso
porto constrito. ”
Konstandinos Kavafis, Poemas e prosas, Relógio d'Água: Lisboa, 1994, p. 146
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