"Dizer que penso em escrever-te é redundante, porque desde que nos conhecemos passeio-me como se fôssemos dois, em Barcelona e por toda a parte.
Talvez a nossa história seja o que já existiu, talvez só tenha existido porque não pode existir, é possível que estando juntos nos achássemos distantes. Não queres fazer-me mal e não queres ser desiludido, eu também não, tudo isso é medo. Tenho a certeza que pensaste nisso um milhão de vezes.
Não sabemos, claro. O que sabemos é que estamos aqui, ainda. Sem esquecimento. Desde há quanto tempo?
Falo do que encontro deste lado, até hoje. És tu que trago comigo, ainda, sempre.
Um amor de um dia ou de uma vida, qual é a nossa história, era preciso sabê-lo a dois. Sinto-me inteiramente livre para o saber, da mesma forma que me sentirei inteiramente livre se o teu caminho for outro."
Alexandra Lucas Coelho, e a noite roda, Lisboa: Edições Tinta da China, 2014, p. 194
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