"Andar?! Não me custa nada!..
Mas estes passos que dou
Vão alongando uma estrada
Que nem sequer começou.
Andar na noite?! Que importa?...
Não tenho medo da noite
Nem medo de me cansar:
Mas na estrada em que vou,
Passo sempre à mesma porta...
E começo a acreditar
No mau feitiço da estrada:
Que se ela não começou
Também não foi acabada!
Só sei que, neste destino,
Vou atrás do que não sei...
E já me sinto cansada
Dos passos que nunca dei."
Natália Correia, O Sol nas Noites e o Luarnos Dias I, Projornal, 1993, p. 27
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