"- Não vais tropeçar nas escadas?
e não tropeço, descansa, sento-me um instante num dos bancos da rua e continuo a andar, uma manchinha, uma coisa de nada que não existe, não se lamenta num berço, não sacode uma roca, se fosse capaz de exprimir o que sou e todavia sempre falei tão pouco (...) "
"E agora, pergunto, o que será de mim quando acabado este capítulo deixarem para sempre de me ouvir, quem se lembrará do que fui, demorará um instante a pensar e se preocupará comigo, ninguém se lembra, pensa, se preocupa, compram outros livros, esquecem-me e eu sozinha em páginas sem leitor algum"
António Lobo
Antunes, Ontem não te vi na Babilónia, Lisboa: Do Quixote, 2006, pp. 241 e
421
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