"E então pensei comigo: abrir uma vez o coração e dizer da boca para fora o que nos vai cá dentro, talvez desfaça o pesado anátema e o eterno modo de olhar rigidamente o passado; então amanhã talvez possa ir até lá e entrar na mesma sala, na qual dei de caras com a minha sina e perder o ódio contra ele e contra mim. A pedra foi então deslocada do meu coração, ficando assente com todo o seu peso sobre o meu passado, impedindo-o de ressuscitar uma vez mais. Fez-me bem poder contar-lhe tudo isto; agora sinto-me mais aliviada, sinto-me quase feliz... Estou-lhe grata por isso."
Stefan Zweig, Vinte e quatro horas na vida de uma mulher, Lisboa: A esfera dos livros, 2008, p. 97
Sem comentários:
Enviar um comentário