"Levam-me estes sonhos por estranhas landas,
charnecas, desertos, planaltos de neve
muito desolados.
Pessoas que adoro mostram-me outros rostos
que eu desejaria que nunca tivessem
nem mesmo sonhados.
E fico tão triste nestes longos sonhos
e não ouso... e assisto a esta decadência
por todos os lados.
Venho destes sonhos como de outras eras.
Neles embranquecem meus cabelos, ficam
meus lábios parados.
E mais tarde encontro meus sonhos na vida,
somente esses sonhos, somente esses sonhos
todos realizados."
Cecília Meireles, Antologia Poética, Lisboa: Relógio d'Água, 2002, p. 254
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