teu olhar sombrio tuas mãos vazias teus lábios mudos vivem em mim a ausência é esta dor sem esperança onde repousa meu olhar se enchem minhas mãos se alimentam meus lábios
cai sobre mim a noite todas as luzes escurecem e brilham em estrelas teus olhos humedecem na chuva teus lábios mergulham em seda tuas mãos e lentamente cai sobre mim
estás só nem dor nem trevas te acompanham a luz fere o calor queima o verde macio rasga-te as mãos estás só cala o grito cerra os olhos cobre o corpo estás só
regresso à torre da minha infância partem um a um os rostos sobram lugares vazios regresso às ruínas inacabadas subo as íngremes escadas regresso para te ver partir
descansa teu olhar ternamente em minha alma esquece a distância por entre os dedos deixa escapar uma réstia de amor e sorri a palavra humedece e eu desperto
na escuridão dos dias tocas mansinho minha alma na hora da partida sustenho a dor com teu regresso depois voltas a partir e os dias escurecem lentamente até quase tocarem a noite
era talvez o sonho que batia levemente na porta inexistente era talvez a esperança que sorria tristemente na soleira transparente era talvez mas partiu