queria contar-te baixinho dos dias felizes quando as palavras te eram entregues queria contar-te bem suave da luz e do calor da tua voz imaginada queria contar-te quase sem voz da presença doce do teu corpo queria contar-te
ecos indefinidos me invadem e respiro a promessa a harmonia a fugacidade da tua presença ecos luminosos transparentes vestem-me a pele seca do sol e do mar limpa da suavidade do teu toque
secos não de lágrimas não da dor não da mágoa secos do sal com que inundam a alma estes olhos nada esperam nada sonham vagueiam na memória dos dias sombrios
eu não tenho essa alma densa e pura com que te afague os pesadelos nem minha dor é leve e terna para te suavizar o medo o meu passo mesmo firme não te alcança nem minhas mãos desertas te posso estender eu já não sou mais que espectro ou essa máscara opaca nos teus longos caminhos