domingo, 1 de maio de 2016

Betrachtung 1







"Vejo a luz como não via e não sei como
presença pura em actualidade viva
e tão pausadamente lenta e lisa
na sua duração tranquila e repousada
que nada mais requer que ser contemplada
como derramada fonte suave e sumptuosa
E por isso a palavra lateja no silêncio da pupila
para que a sua leitura consagre a nascente viva
em seu divino repouso de matéria transparente
que transcende todo o tumulto e todo o caos
e em harmonia e limpidez lava a agonia
de não sermos senão a deslumbrada sombra que contempla"

              António Ramos Rosa e Maria Teresa Dias Furtado, O Alvor do Mundo - Diálogo Poético, Famalicão: Quasi, 2002, p. 40

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