"Há quanto tempo não ouvia a chamada música clássica porque esta poderia tirá-la do sono automático em que vivia. Eu - eu estou brincando de viver. No mês que vinha ia a New York e descobriu que essa ida era como uma nova mentira, como uma perplexidade. Ter uma ferida na perna - é uma realidade. E tudo na sua vida, desde quando havia nascido, tudo na sua vida fora macio como pulo de gato.
(No carro andando)
De repente pensou: nem me lembrei de perguntar o nome dele."
Clarice Lispector, "A Bela e a Fera ou a ferida grande de mais ", in Todos os contos, Lisboa: Relógio d' Água, 2016, p. 528
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