sábado, 9 de julho de 2016

Illusion





" Não dizia nada, mas era isso, cheirava a isso, tinha a cor disso. Uma palavra feita de flores. Por algum motivo, aquela palavra escrita botanicamente, digamos assim, tinha uma estranha sacralidade, dava-me a sensação de que não precisaria nunca mais de uma outra palavra além daquela. E, quando penso nisso, talvez seja assim, é a estrada que vai de uma pessoa a outra, é a palavra que diz que não sabemos tudo, que erramos. Aquela palavra composta de flores pareceu-me a pedra angular da Humanidade."

Afonso Cruz, Flores, Lisboa: Companhia das Letras. 2015, p. 194-5

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