"Continuava com delicadezas e cuidados. Um menino. Pensava. Os meninos, por impulso, erravam muito. Mas até um erro poderia ser encantado. Quase esboçava um sorriso quando, lentamente, adormecia. Se respondesse, diria: sorrio porque lembro da minha mulher. E diria: porque me haverei de vingar. Talvez dissesse: o deus dos erros me entenda. Um deus que exista só para os meninos. Que me entenda, por favos. E adormecia com a felicidade complexa dos que se justificavam pela tristeza."
Valter Hugo Mãe, Homens imprudentemente poéticos, Porto: Porto Editora , 2016, p. 135
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