domingo, 30 de outubro de 2016

Lieber Freund (Für AABA)






"Cá ando a lutar pela vida. Que não se diga que foi por falta de alumiar todos os santos milagreiros que deixei de ser miraculado."

Miguel Torga, Diário XV, in https://books.google.pt

(Para que sejas miraculado, Areosa!)

sábado, 29 de outubro de 2016

Wie geht es dir?





"Era o que queria saber. Como estará. O afecto, senhora Kame, pede sempre notícias."

Valter Hugo Mãe, Homens imprudentemente poéticos, Porto: Porto Editora , 2016,  p.  202

Für J. M.





"Ouço tanta coisa a correr. És o meu terrível samurai da mais terrível casta."

Valter Hugo Mãe, Homens imprudentemente poéticos, Porto: Porto Editora , 2016,  p. 79 


(em jeito de aniversário...)

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Übermorgen





"Costuma chamar-se a isto pessimismo."

Miguel de Unamuno, Como se faz uma novela, in A Tia Tula, Editorial Verbo: Lisboa, s.d. , 172

domingo, 16 de outubro de 2016

Ist hier irgendwer?






 " - Posso saber o seu nome? - disse Himba para o segurança.
   - Kassanje.
  - É boa pessoa, senhor Kassanje, não vou esquecer o seu nome. Nunca esqueço o nome de quem me ajuda. Só esqueço os outros. É pena esses serem de mais."

Pepetela, Se o passado não tivesse asas, D. Quixote: Alfragide, 2016, p. 139

sábado, 8 de outubro de 2016

Kinder





"Continuava com delicadezas e cuidados. Um menino. Pensava. Os meninos, por impulso, erravam muito. Mas até um erro poderia ser encantado. Quase esboçava um sorriso quando, lentamente, adormecia. Se respondesse, diria: sorrio porque lembro da minha mulher. E diria: porque me haverei de vingar. Talvez dissesse: o deus dos erros me entenda. Um deus que exista só para os meninos. Que me entenda, por favos. E adormecia com a felicidade complexa dos que se justificavam pela tristeza."

Valter Hugo Mãe, Homens imprudentemente poéticos, Porto: Porto Editora , 2016,  p.  135


quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Keine Versprechungen







"Agora tenho frio. Aceito a provação.
Se é de ânimo que se faz qualquer 
destino, não sei, ainda não.

Se pedes um abraço, quem sabe
se te possa receber, levar-te
pela mão, desbaratar sorrisos,
ter a habilidade que não tenho
nesse momento preciso.

Ou tudo se transforme. Quem sabe
se em despedida, ou viagem breve.
Eu, se entardecer, quando muito

apenas prometo nada. Ou esperar 
e oferecer-te, à chegada,
este soneto em forma errada."

Helga Moreira, "Agora tenho frio. Acito a provação" in  Os Outros. Antologia de Poesia Portuguesa: Anos 80 e depois . Lisboa: Editora Ausência, 2004, p. 252



terça-feira, 4 de outubro de 2016

Wenn nur ...





"Escreveria a minha voz no teu nome
se soubesse que
um momento
existirias"

André Sebastião, "A minha voz no teu nome" in Novíssimos. Lisboa: Editora Ausência, 2004, p. 36 

domingo, 2 de outubro de 2016

Hoffnung




"Nunca se ouvira de um amor que ressuscitasse. Mas as melhores lendas contavam de heróis que nunca desistiam. Saburo era assim. Recusava desistir."

Valter Hugo Mãe, Homens imprudentemente poéticos, Porto: Porto Editora , 2016,  p. 29


Das Bild





   " - Tens feito o retrato de muitas pessoas? - perguntou um dia ao amigo.
    - Às vezes, mas é difícil. As pessoas se mexem muito ou vão embora antes que acabe. Outras vezes não fica muito bem e já não as volto a apanhar. Porque não desejo qualquer pessoa. Tem de ter alguma coisa que me chame a atenção. Também não quero ser descoberto a desenhar alguém, podia criar ofensas."

Pepetela, Se o passado não tivesse asas, D. Quixote: Alfragide, 2016, p. 299