"O mundo não acabou. Esperava que Deus tivesse intervindo, tal como havia feito com Isaac. Quando Abraão estava prestes a sacrificá-lo, baixou a sua mão e impediu que Abraão matasse o filho. Nós somos os seus filhos, estamos à Sua espera. Não aconteceu, claro. Mas também não aconteceu o que o senhor Ulme desejaria, o que todos desejaríamos - que as pessoas tivessem vergonha da sua humanidade e, ao ver o golem, dissessem: Mudaremos."
Afonso Cruz, "Flores", Lisboa: Companhia das Letras , 2015, p. 245